Um pouco de cultura vai bem obrigado??? rsrs... Essa é do tempo em que poesia parecia poesia hehe, um pouco da biografia do autor:
José Régio,
pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, é um escritor
português, natural de
Vila do Conde, e o seu nascimento data de
1901. Em Vila do Conde, terra onde viveu até acabar o quinto ano do liceu, publicou os seus primeiros poemas nos jornais, O Democrático e República. Aos dezoito anos, José Régio, foi para
Coimbra, onde se
licenciou em Filologia Românica (
1925), com a tese As Correntes e As Individualidades na Moderna Poesia Portuguesa. Esta tese na época não teve muito sucesso, uma vez que valorizava poetas quase desconhecidos na altura, como
Fernando Pessoa e
Mário de Sá-Carneiro; mas, em
1941, foi publicada com o título Pequena História da Moderna Poesia Portuguesa.(retirado do Wikipédia). Interessante a citação sobre Fernando Pessoa e Mario de Sá Carneiro, dois ilustres desconhecidos à epoca.
O Amor e a Morte
José Régio
Canção cruel’
Corpo de ânsia.
Eu sonhei que te prostrava,
E te enleava
Aos meus músculos!
Olhos de êxtase,
Eu sonhei que em vós bebia
Melancolia
De há séculos!
Boca sôfrega,
Rosa brava
Eu sonhei que te esfolhava
Pétala a pétala!
Seios rígidos,
Eu sonhei que vos mordia
Até que sentiaVómitos!
Ventre de mármore,
Eu sonhei que te sugava,
E esgotava
Como a um cálice!
Pernas de estátua,
Eu sonhei que vos abria,
Na fantasia,
Como pórticos!
Pés de sílfide,
Eu sonhei que vos queimava
Na lava
Destas mãos ávidas!
Corpo de ânsia,
Flor de volúpia sem lei!
Não te apagues, sonho!
Mata-me
Como eu sonhei.